segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Leaving Paradise - Simone Elkeles


Depois de uma eternidade ocupada e sem ideias, decidi que posso falar sobre livros, pelo menos enquanto não tenho uma ideia melhor.

Bom, o livro do qual eu vou falar se chama, como vocês já devem ter percebido, Leaving Paradise ("Deixando Paradise", em que Paradise, se não fosse nome próprio, significaria "paraíso"). Ele é meio Young Adult.

Acabei de lê-lo há algumas horas. Eu gostaria de, como sempre, explicar o livro em detalhes. Quero falar sobre a minha primeira impressão, mas vou soltar alguns spoilers. Se você não deseja lê-los, recomendo que pule direto para o texto debaixo da área tracejada de vermelho.

É claro que o que eu vi primeiro foi a capa. O que mais poderia ver? Bem, ela me intrigou muito.



Ao contrário de muitos livros, como Belo Desastre, essa reflete exatamente o clima, a seriedade e a situação do livro, além disso, tem um título muito atraente. Embora "Paradise" seja o nome da cidade em que se passa a história, o título pode ser levado de maneira mais literal, com um toque de ironia. A cidade não é nenhum paraíso, não pelo que ela fez com os personagens. Além disso, o titúlo revela a conclusão do livro, outra coisa que eu achei muito legal.

Simone Elkeles pensou até mesmo no nome da cidade. Não sei se é porque ela tem o dom ou porque ela trabalha nisso, provavelmente as duas opções, mas ela realmente se dedicou para fazer desse livro da maneira mais bem feita o possível. Quero dizer, tem alguns outros livros por aí, livros que fazem sucesso, que não têm um padrão tão interessante quanto esse. Quero dizer, embora a história tenha um contexto totalmente fictício e surreal, o local onde ela se passa nos dá uma impressão muito realista.

Depois, há a fotografia da capa. Ela fala totalmente pelo livro. Um bad boy, com tatuagens e veias saltadas, de mãos dadas com uma garota, que não parece ser daquelas oferecidas, que parece se dar muito ao valor. Um casal inusitado, mas o fato de que somente o rosto e o corpo dela aparecem na capa, olhando para o garoto, mostra que ele se foi e ela ficou para trás, receosa. É como se ela estivesse sozinha, olhando para um sonho tão distante que ele nem mesmo retribui o olhar. Ela também não ostenta uma expressão muito afável.

A capa me pegou antes mesmo de eu ler a sinopse. Já quis esse livro intrincado na minha estante, imediatamente.

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Agora vamos falar da história. Apresento a vocês, a sinopse original:

"Nada foi o mesmo depois que Caleb Becker saiu de uma festa bêbado, foi para trás do volante e bateu em Maggie Armstrong. Mesmo após meses de terapia, Maggie anda mancando. Sua vida social é nula e sua bolsa de estudos — sua chance de fugir de todos e seus olhares de pena —foi cancelada.
 Após um ano na prisão para jovens infratores, Caleb está livre... se a liberdade significa estar sendo vigiado por seu agente de custódia e os olhares curiosos de toda cidade. Voltar para casa deveria ser bom, mas sua familia e seus amigos são como estranhos. Caleb and Maggie são esquisitos, um rotulado de “ex-presidiário” e outro de “aberração”. Então a verdade sobre o que realmente aconteceu na noite do acidente emerge e mais uma vez tudo muda. É uma jornada difícil para Caleb and Maggie, no entanto eles encontram força e conforto numa fonte surpreendente: um no outro."

A autora aborda o livro como uma superação que faz você pensar nos próprios erros e no que esteve fazendo. São situações horríveis com as quais os personagens encontraram diferentes maneiras de lidar, então, no final, a história vira de cabeça para baixo, a conclusão se inverte totalmente.
As coisas nessa história mudam duas vezes: no momento passado, o acidente que ocorreu, e no segundo momento, ao decorrer dos fatos. Não vou falar muito disso para não estragar as surpresas do livro. Enfim.

Maggie é uma garota amargurada com o que aconteceu, não quer perdoar ninguém, só quer se mudar para começar uma nova vida, do branco, tentar de novo. Perdeu todos os seus amigos, seu pai mal aparece para vê-la, e ficou somente com a mãe, a qual sobrecarrega acidentalmente.

Caleb, nos primeiros momentos, parece ser aquele bad boy, no estilo que todo mundo gosta. Mas depois você vê que ele é só um garoto assustado com o peso que colocaram nas costas dele. Tudo ele vê como culpa dele. Tudo ele decide assumir. Acho que, assim, ele fica meio maluco.

O livro alterna entre os pontos de vista de Maggie e Caleb em cada capítulo, o que nos ajuda a entender os dois. Acontecem mal entendidos - que eu odeioooo, desde Kimi ni Todoke, mas a gente aguenta - que são parcialmente resolvidos ao fim do livro.

Enfim, eu sei que Leaving Paradise tem uma continuação - Returning to Paradise (?) -, mas eu acho que a história ficaria perfeita assim mesmo, sem continuar.Acho que assim ficaria muito realista. Sei lá, acho que é crise de Eragon - outra saga com um final parecido. Se você já leu "Herança", o último livro da saga de Eragon, perdão. Acabei de te contar mais ou menos o final do livro, embora já fosse imaginado. Hehehe.

SPOILER
Não sei o que esperar de Returning to Paradise, porque pode ter toda aquela coisa de "O Filho de Netuno", de Rick Riordan. Isso é, o mocinho passa o livro inteiro procurando pela mocinha, e só encontra ela no final. Achei isso muito chato na segunda temporada de Percy Jackson, e vou achar isso muito chato em Returning to Paradise se for assim. Espero que a autora tenha tido uma boa ideia, ou então encerrarei a minha leitura fingindo que há apenas um livro da série. E é isso.
NO MORE SPOILER

Gostei muito do livro, me deixou acordada muito além dos meus limites. Recomendo muito, e olha que esse nem é o livro de mais sucesso da autora. Ela foi demais nesse livro. Vocês tem que ler. Ponto.

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